quarta-feira, 17 de junho de 2015

PASTEL DE MILHO

Delicioso, heim?


Crocante, sequinho, sim, ele é delicioso. 

VAMOS CONHECER UM POUQUINHO DE SUA HISTÓRIA.

Prefeitura de Itajubá (MG) registra "pastel de milho" como patrimônio imaterial junto ao IEPHA

19/05/2011


A Prefeitura de Itajubá, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, licitou e contratou uma empresa de Belo Horizonte para realizar a elaboração do Dossiê de Registro do Bem Cultural Imaterial “Pastel de Milho”, junto ao Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG), como bem cultural imaterial do município, que foi amparada pela Lei de Proteção do Patrimônio Cultural Municipal. O bem, já registrado como patrimônio cultural do município através do decreto municipal 4.283 de 14 de dezembro de 2010, visa sua proteção, preservação, divulgação e valorização.


Como registrado nos levantamentos, não há como descobrir a origem exata para costumes populares. Não é diferente no caso do pastel de milho, mas segundo historiadores a iguaria surgiu a partir da expedição de 1819, quando 80 famílias deixaram Soledade (hoje Delfim Moreira) acompanhadas do padre Lourenço da Costa Moreira para fundar a vila que daria origem a Itajubá. Eles estavam em busca de novas áreas para plantio e pecuária, um lugar onde o relevo fosse menos acidentado e houvesse facilidade de ocupação e exploração.



Durante a expedição, os alimentos foram se tornando escassos e, com as longas caminhadas, restou farinha de milho e polvilho para alimentar toda a expedição. Os migrantes fizeram uso desses dois elementos para criar uma massa, algo semelhante à massa de pão, recheando-a com carne de caça e fritando-a em óleo de capivara. O alimento criado foi considerado saboroso e quando já estabelecidos em Itajubá a receita foi novamente preparada pelos exploradores para lembrarem da viagem e divulgada entre os novos habitantes da vila que se erguia.



“A partir desta história, percebemos que a tradição do pastel de milho em nossa cidade vem desde sua fundação. Itajubá possui grandes histórias e devemos cultivá-las, além de buscar ações de proteção e preservação do patrimônio local”, declarou a secretária de Cultura e Turismo, Fábia Izidoro.


Fonte: Secom Itajubá



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sábado, 3 de março de 2012

PROJETO ORGÂNICO RURAL

O conceito da produção de alimentos orgânicos, consiste em 3 fatores básicos:

a) a produção de alimentos sadios, sem o uso de agrotóxicos, antibióticos e hormônios;
b) a qualidade de vida daqueles que trabalham na produção destes alimentos e
c) a qualidade de vida dos animais que estarão sendo criados na propriedade para a produção de carne, ovos, leite e seus derivados.

Quando falamos em alimentos orgânicos, devemos ter em mente que não se busca o ganho na “quantidade” da produção, e sim, na qualidade dos produtos que se estará produzindo. Os alimentos orgânicos perdem na quantidade, mas ganham no preço que alcançam no mercado. É muito importante ter esta consciência, pois sabe-se que além da influência no paladar que sofrem os alimentos transgênicos, não se conhece ainda totalmente,  os efeitos que possam vir a causar aos seres humanos com as mutações feitas através da engenharia genética em busca de uma maior produtividade, não só nos cereais, como principalmente nos animais.

Embora as grandes marcas insistam em dizer que é “tudo feito sem medicamentos”, tomemos como exemplo o chester, que é uma ave desenvolvida geneticamente, não passando de um super frango esquisito. Nada mais que um simples frango modificado, que com apenas 60 cm de altura, chega a pesar 5 Kg.

Como exemplo do sabor a que nos referimos, vamos falar da linguiça feita com a carne suína. Os suínos criados em confinamento, com alimentação somente a base de ração, antibióticos e hormônios, apresentam um excelente rendimento no peso, perdendo no entanto, muito no sabor. O homem, através da engenharia genética, conseguiu transformá-lo, criando o suíno tipo carne, muito diferente em paladar do porco caipira.

Estes animais, os caipiras, tem a carne entremeada com gordura, o que torna o seu sabor totalmente diferente dos suínos de granja. É óbvio que todos os derivados que venham a ser feitos com a carne dos mesmos, apresentarão um paladar muito melhor.

O sabor da carne dos porcos criados sem uma forte concentração de hormônios e antibióticos, com alimentação natural e mais adequada é muito mais acentuado. Assim como todos os produtos que não sofrem a influência humana na busca de uma produção maior, os alimentos preservam seus sabores naturais.

Estou escrevendo um projeto visando a sustentabilidade em uma propriedade rural com produtos orgânicos e assim que o mesmo for avançando, irei postando aqui. 


sábado, 2 de julho de 2011

CRÉDITOS DE CARBONO - BIODIGESTORES - PROBLEMAS AMBIENTAIS

Várias ciências devem ser utilizadas na resolução dos problemas ambientais de qualquer atividade humana. Os problemas ambientais decorrentes da atividade suinícola não são novidade para nós, sabemos, há muito, de suas conseqüências e desta forma várias ações, projetos, tecnologias, políticas foram propostas. Certamente, todas estas, de alguma forma, contribuíram para melhoria da qualidade ambiental das regiões suinícolas bem como da convivência desta produção com o ambiente. Mas desafios ainda existem e se tornarão maiores se considerarmos a potencial expansão desta atividade no Brasil, baseado em estudos de várias agências como o Banco Mundial, OCDE e a FAO. Para superar estes desafios, devemos aprender com o passado, para que os erros sejam corrigidos e os acertos mantidos.

A utilização de biodigestores no tratamento de dejetos de suínos é um capítulo a parte na histórica tentativa de resolver os problemas ambientais desta atividade. Neste momento, o país vive a terceira onda desta História na qual esta tecnologia tem sido colocada como a única tecnologia capaz de resolver os problemas ambientais e, além disso, gerar créditos de carbono. Se houveram outras duas ondas, devemos perguntar: por quê elas foram ondas, simplesmente vieram e foram embora? O que aconteceu para que muitos biodigestores implantados no passado não estejam funcionando até o presente? Por quê muitos suinocultores que tinham estes biodigestores, hoje dizem que esta tecnologia não funciona? Quais foram os acertos e erros nestas duas ondas anteriores?
As perguntas acima já demonstram que o processo de biodigestão anaeróbia não é algo novo, tanto para a suinocultura como para outras produções animais. Existe uma história, que deve ser considerada no presente, pois atualmente, já podem ser observados problemas iguais aos ocorridos no passado em relação ao manejo dos biodigestores, e que se não forem corrigidos, novamente, estaremos comprometendo o uso desta tecnologia. Só que desta vez este comprometimento poderá ter conseqüências mais sérias, pois créditos de carbono já estão sendo negociados no mercado internacional e se os biodigestores não funcionarem, de onde virão os créditos?
 A utilização de biodigestores é algo muito antigo, tão antigo, que eles já foram até confundidos com fenômenos sobrenaturais e manifestações de seres místicos ou folclóricos. Então temos uma riquíssima quantidade de informações para analisarmos e aprendermos. Duas lições que já deveríamos ter aprendido. A primeira: não existe uma única tecnologia para resolver os problemas ambientais da suinocultura, existem produtores e propriedades, ou seja, condições produtivas, econômicas, sociais, ambientais e culturais, que devem ser diagnosticadas e aí sim se propor qual a melhor tecnologia, considerando estas condições. A segunda: qualquer solução que esteja baseada somente no econômico não se perpetuará no tempo, entende-se venda de créditos de carbono, e não resolverá o problema ambiental.

OS BIODIGESTORES NO BRASIL

A partir da crise energética deflagrada em 1973, a utilização de biodigestores passou a ser uma opção adotada tanto por países ricos como países do terceiro mundo. Com base em um relatório técnico da FAO, a Embrater instalou em novembro de 1979, o primeiro biodigestor modelo chinês, na Granja do Torto em Brasília. Esta experiência pioneira veio demonstrar que era possível instalar uma unidade produtora de biogás e biofertilizante, empregando exclusivamente areia, tijolo, cimento e cal.


Mas o interesse pelos biodigestores no país teve início com a crise resultante do segundo choque de preços do petróleo ocorrido em 1979. Entre as medidas adotadas pelo governo para reduzir a dependência deste insumo destacava-se um amplo programa de investimento voltado para substituição e conservação de derivados de petróleo (Programa de Mobilização Energética - PME, iniciado em 1980). No período entre 1980-1984, foram utilizadas diversas formas de estímulo à instalação de biodigestores. Assim foram concedidos estímulos materiais, seja através de financiamentos ou mesmo de doações dos recursos necessários à instalação. Em avaliação realizada pela Emater (1984), confirmou-se a hipótese de que os proprietários que receberam os biodigestores a fundo perdido demonstraram menos empenho em mantê-los em boas condições de funcionamento do que aqueles que se utilizaram de recursos próprios ou de empréstimos.


Em 1982, existiam em Santa Catarina 236 biodigestores, sendo a quase totalidade destes do modelo Indiano, destaca que apenas 0,005% destes biodigestores estavam em propriedades suinícolas. Ainda que inexistissem dados precisos quanto ao número de biodigestores no país, a Emater calculou que em 1984 este número era de 3.000 biodigestores, principalmente do modelo Indiano utilizado para biodigestão de dejetos de bovinos.


Apesar de ter ganho novamente destaque na cadeia produtiva devido a possibilidade da venda de créditos de carbono, o biogás é produzido no país desde a década de 40, quando padres construíram biodigestores nas comunidades onde trabalhavam. Quatro décadas depois, o governo implantou alguns programas de incentivo à implantação do equipamento em fazendas. Na época, cerca de sete mil biodigestores foram instalados. Problemas operacionais levaram muitos pecuaristas a abandonar, anos depois a tecnologia. (REVISTA DA TERRA, 2007).


No sítio da agência Ambiente Brasil, é informado que a tecnologia de biodigestores já tem pelo menos duas décadas no Brasil. Iniciou-se com modelos provenientes da China e Índia. No entanto, o Brasil teve algumas dificuldades na sua implementação, fazendo com que esta tecnologia caísse no descrédito no meio rural.


Partindo da hipótese de que a tecnologia de biodigestão anaeróbia não era amplamente utilizada no meio rural devido à não consideração de que deve haver uma reciprocidade entre o que esta tecnologia demanda e o que o produtor e a propriedade poderiam oferecer, avaliaram o perfil produtivo, social e ambiental de produtores e de propriedades que receberam a tecnologia no início da década de 1980 a fim de detectar possíveis falhas na sua transferência.


Treze propriedades foram visitadas. Dentre as propriedades visitadas haviam aquelas que ainda mantinham o biodigestor em operação e outras onde estes haviam sido desativados. Dos produtores entrevistados, 61,5% haviam feito até a quarta série do primeiro grau, 23% tinham somente a terceira séria e somente 15,4% dos produtores haviam completado a quinta série. Considerando que a tecnologia de biodigestão envolve conhecimentos como microbiologia, física e química e que estes não são abordadas no ciclo escolar até a quinta série, o reduzido nível de escolaridade pode ser considerado como uma desvantagem que estes produtores possuíam a fim de utilizar esta tecnologia. Uma forma de suprir esta deficiência seria pela proposição de treinamentos e/ou pelo oferecimento de uma assistência técnica periódica a estes produtores.


Quando os produtores foram questionados se antes da aquisição do biodigestor o produtor participou de algum treinamento, 100% dos entrevistados responderam que participaram de um treinamento com carga horária de 2h, um tempo muito reduzido para o entendimento completo do manejo e potencialidade da tecnologia. Quanto a existência de auxílio técnico, 46,1% responderam que um técnico o visitava a cada seis meses e 53,8% atestam que estas visitas tinham uma periodicidade anual. Desta forma, o baixo nível de escolaridade aliado à deficiência de formação e de assistência técnica dificultaram o perfeito manuseio dos biodigestores e, consequentemente, podem trazer conseqüências ambientais que poderiam ser evitadas.
O mais importante ponto, no que diz respeito a sistemas de tratamento, é a capacitação do pessoal responsável pela operação dos sistemas. Na maioria dos casos, o insucesso do tratamento está relacionado a erros humanos, causados pela má operação dos sistemas. Este pessoal deve receber constante capacitação e entender claramente a importância do processo e como ele funciona, tendo subsídios para a tomada de decisões. Caso o fator humano seja desconsiderado qualquer opção tecnológica adotada estará fadada ao insucesso.


Em publicação da Embrapa do ano de 1981 era constatada a viabilidade de um programa a partir de biodigestores no Pantanal Mato-Grossense. Esta tecnologia oferece condições excepcionais para um arrojado plano de utilização de energia proveniente da fermentação de biomassas. A utilização da energia do biogás, nesta região, é muito favorecida em virtude das condições climáticas e abundância de excrementos bovinos para a produção de biogás, abrindo uma perspectiva favorável à sua aplicação no sentido de se obter energia a custo relativamente baixos, através de unidades digestoras. A utilização dessa forma de energia, pelas fazendas da região, resultará em menores gastos com derivados de petróleo que tanto têm onerado a produção regional.


Mais recentemente, devido à crise no sistema brasileiro de fornecimento de energia elétrica, ocorreu o fenômeno dos "apagões" e os biodigestores passaram a ser cogitados novamente como fonte alternativa de energia. Entretanto, bastou o reservatório das hidrelétricas alcançar um volume d'água adequado e o perigo dos "apagões" e do racionamento de energia elétrica passar, para que os projetos de implantação de biodigestores fossem esquecidos e os que estavam em andamento abandonados.


Um suinocultor de Toledo (PR) que teve seu biodigestor implantado em 1999 atestou: - na década de 80, muitos produtores investiram na instalação de biodigestores, sistema que ficou popular no Brasil, mas aos poucos esse sistema foi sendo desacreditado. Agora, principalmente depois da crise energética, o biodigestor está ressuscitando. Eu acredito que o fator principal do biogás ficar desacreditado é a não utilização do biogás. Existia o biodigestor, existia a produção de gás, mas não existia onde consumir o gás.


Em depoimento, um extensionista rural paranaense sobre o programa de implantação de biodigestores na década de 1980, afirmou: - eu participei pessoalmente do primeiro ciclo de incentivos a biodigestores no Paraná, entre 1978 e 1986. Na época, como filho de um pequeno produtor rural, ajudei a convencer meu pai a investir num biodigestor rural. Três anos após, o biodigestor ainda não estava funcionando. Os erros de projeto e desconhecimento da tecnologia e os técnicos da Emater e da empresa fabricante da cúpula de fibra de vidro foram incapazes de fazer a mesma funcionar a contento. Meu pai então retirou a cúpula e utilizou o biodigestor como uma simples esterqueira. Praticamente todos os biodigestores implantados aquela época, aqui na região (Oeste do Paraná), foram abandonados. Meu maior receio é o grande número de 'pseudo-especialistas' que surgem nesta situação e que acabam fazendo experiência com os produtores. Isto pode levar a um novo fracasso na adoção desta tecnologia.


Trabalhos da Embrapa diagnosticaram que em 1979 a não disponibilidade de energia elétrica na propriedade era uma realidade para 41 mil famílias de suinocultores catarinenses. O Governo Federal iniciou em 2004 o "Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica - Luz para Todos" com o objetivo de levar energia elétrica para a população do meio rural. Se no início da década de 1980, na primeira onda dos biodigestores, quando ocorreu o PME, este tivesse sido desenvolvido em sua plenitude e de forma criteriosa, não haveria necessidade do governo estar desenvolvendo um novo programa com o mesmo fim. Houveram três crise energéticas, petróleo, "apagão" e a atual, nas três os biodigestores aparecem como uma grande alternativa, em duas a alternativa não vingou! Será que são os créditos de carbono é que vão fazer a diferença?


Com a divulgação do Plano Nacional de Energia 2030, sem tem um referencial da produção e consumo para os próximos anos. O Plano conclui que: as energias denominadas como Outras (que incluem os resíduos agrícolas, industriais e urbanos) representaram em 2005 2% do consumo energético do país, sendo que em 2030 representarão 3%; o consumo energético do setor agropecuário que em 2005 representou 5% do total do país, irá ter a mesma representatividade em 2030; as fontes primárias (excetuando-se a cana-de-açúcar) terão um crescimento de 4% na matriz energética entre 2005-2030; o Brasil conseguirá manter um grau relativamente baixo de dependência externa de energia, custos competitivos de produção de energia e níveis de emissões de gases (um dos mais baixos do mundo) praticamente inalterados.

Falta de assistência técnica, dificuldades com a mão-de-obra, baixa qualidade de certos materiais fornecidos, mudança do produtor para cidade e acidentes triviais, fizeram com que 20% dos biodigestores avaliados não funcionassem no momento do diagnóstico. A adoção de uma tecnologia nova, por mais simples que seja, traz consigo, invariavelmente, variadas dificuldades. Desta forma, a constatação do insucesso parcial na instalação dos biodigestores não surpreende, o que é surpreendente é o ritmo inicial das instalações, que foi muito acelerado diante do relativo desconhecimento quanto às potencialidades. Conclusão esta que é tardia em relação ao esforço já feito, mas que, se aceita pelos responsáveis pela continuidade do programa, poderá influir sobre seu andamento futuro.


As mesmas dificuldades de operação, identificadas no passado, continuam a acontecer no presente. A tecnologia que se divulga é muito diferente da realidade que o produtor vai enfrentar no dia-a-dia de sua atividade. Um biodigestor é um dispositivo complexo, que requer atenção diária e que quando manejado sem a devida atenção simplesmente entra em colapso. A necessidade de fazer ajustes, adaptações de equipamentos e manutenções em canos e mangueiras é constante. Em geral, a expectativa do produtor é de que o biodigestor irá resolver todos os seus problemas ambientais e energéticos. Como isso não ocorre, coloca a culpa no técnico e abandona o biodigestor.


É preciso que os órgãos de expansão rural e associações/cooperativas de suinocultores realizem um trabalho conjunto, com o intuito de examinar, detalhadamente, a tecnologia dos biodigestores e encontrar a melhor solução para os problemas levantados. Caso contrário, os biodigestores continuarão a serem preteridos em favor de tecnologias mais simples e descomplicadas.


Podemos entender que estas tecnologias mais simples e descomplicadas são as esterqueiras, um sistema de armazenamento de dejetos que condiciona o uso destes como adubo. Este tipo de manejo ambiental não é mais suportado nas regiões produtivas de alta concentração animal, onde há grande disponibilidade de dejetos de suínos, bovinos e cama de aviário. Deve-se destacar que os biodigestores também apresentam uma dependência de disponibilidade de solo, se a opção for pela utilização do biofertilizante como adubo.

CONCEITOS ERRADOS QUE ESTÃO SENDO DIVULGADOS A RESPEITO DOS BIODIGESTORES

Analisando as notícias veiculadas eletronicamente no ano de 2006 sobre a temática suinocultura e meio ambiente, o tema com maior abordagem foi o uso de biodigestores para o tratamento de dejetos de suínos, 19,7%. Com a segunda maior abordagem verifica-se a possibilidade de venda de créditos de carbono pela suinocultura, 15,2% das notícias. Estas notícias, além de servirem como um material de análise para avaliar que tipo de informação está sendo veiculada, também propiciam atestar que idéias e conceitos errados estão sendo divulgados a respeito dos biodigestores. Abaixo destaca-se algumas destas notícias.


"Há uma falta de consenso sobre quais tecnologias para o tratamento dos dejetos de suínos são mais adequadas e como controlar a poluição destas criações." Este consenso nunca existirá e não deve existir, já sabemos quais tecnologias são mais adequadas para cada característica produtiva, a questão é que por razões de comodidade e interesses econômicos, sempre tenta-se eleger uma tecnologia salvadora ou afirmar que não existe solução para o problema, desta forma, continua-se vendendo "milagres" que pouco contribuirão para a viabilização ambiental da suinocultura.


Na página de uma OSCIP cearense, na qual é apresentado o seu projeto de biodigestores para o tratamento de esterco de ovinos, pode-se ler: "...biodigestores são equipamentos de funcionamento simples que chamam cada vez mais atenção por promoverem a preservação ambiental...". Os biodigestores por si nunca promoverão a preservação ambiental, pois isto é algo muito mais complexo do que ter um sistema de tratamento para os dejetos. Tratar os dejetos e continuar a utilizar os recursos hídricos de forma abusiva ou não possuir licença ambiental para atividade, são exemplos de falta de preservação ambiental, mesmo tendo um biodigestor. Deve-se destacar que a preservação ambiental inclui toda a propriedade, com sua fauna, flora, água, solo, etc.


Em notícia divulgada no site do jornal Correio Catarinense, lê-se: "a lama residual produzida pelo biodigestor passará por tratamento e secagem e será transformada em adubo. A água limpa será despejada nos rios e, depois, reaproveitada na instituição; e o gás metano liberado, resultante da ação anaeróbica das bactérias, será empregado na geração de energia como biogás." Apesar do biodigestor em questão estar sendo utilizado para o tratamento de esgoto sanitário, que tem carga orgânica muito menor que um dejeto de suíno, é improvável que o efluente que saia deste possa ser descartado em um rio, considerando a legislação CONAMA 357 e as legislações estaduais para descarte de efluentes nos corpos d’água superficiais. No caso da suinocultura, em hipótese alguma, o efluente que sai do biodigestor poderá ser descartado, diretamente, nos rios, antes disso este deverá ser tratado.


Notícia divulgando um projeto desenvolvido ao longo do lago da Usina de Itapu em que um produtor do município de São Miguel é entrevistado informa: "desde que foi instalado o biodigestor, a granja passou a devolver água limpa para o rio." Apesar da notícia não esclarecer se antes deste descarte no rio, o biofertilizante havia sofrido um tratamento, o conceito que se divulgou é que ele poderia ser descartado diretamente. Uma ação coma essa seria passível de autuação pelo órgão ambiental fiscalizador e parada da atividade até as necessárias correções.


Outra manchete divulgada em dezembro de 2006 dizia: "Mercado do carbono ao alcance dos produtores rurais". A pergunta que deve ser feita é: a que tipo de produtores este mercado estaria ao alcance?


Palhares & Kunz (2003), em artigo publicado nesta revista ressaltavam: "a comercialização de créditos de carbono, da forma com está delineada nos dias de hoje, não estaria disponível para os pequenos e médios empreendimentos suinícolas, somente para as grandes granjas, as quais dispõem de uma quantidade de dejeto economicamente viável para se fazer o investimento, visando a venda de créditos. A possibilidade de venda de créditos por pequenos e médios suinocultores somente seria viável se estes se organizassem de forma a centralizar o tratamento dos dejetos por biodigestão, onde tanto a quantidade de créditos gerada como os investimentos necessários seriam economicamente viáveis. Os autores destacaram que a resolução dos problemas ambientais da suinocultura demandam ações muito mais complexas que a viabilização da comercialização de créditos de carbono, devendo esta ser considerada como mais uma ferramenta disponível, em busca desta resolução. A suinocultura necessita de ações que sejam sustentáveis no tempo e que considerem a atividade como uma demandadora de recursos naturais.

"O pagamento de crédito de carbono tornou o Protocolo de Quioto o divisor de águas da suinocultura." Esta afirmação feita em junho de 2006 contém um erro e um risco. O erro está relacionado, conforme citado acima, a estar se baseando a viabilização ambiental de uma atividade em um fator puramente econômico, e como o mercado não é algo estático, este chamado "divisor de águas" já começa a apresentar algumas contestações e problemas, ou seja, riscos. Em notícia divulgada no jornal britânico The Guardian em 23 de junho de 2007 com o título "Uma verdade inconveniente sobre o mercado de créditos de carbono." Algumas conclusões da notícia nos fazem refletir sobre a venda de créditos de carbono a partir da digestão anaeróbia de dejetos de suínos.


"A reportagem flagra diversas falhas em projetos chamados de compensação de emissões de dióxido de carbono (CO2). A idéia de cancelar as emissões de gases do efeito estufa através do pagamento de reduções realizadas em outro lugar nasceu junto com as primeiras políticas climáticas. O conceito, adotado por lobistas corporativos na reunião de Quioto de 1997, tem se desenvolvido como um desengonçado e problemático adolescente – confuso, imprevisível e difícil de confiar. Isto requer uma medida apurada das emissões que serão compensadas, o que se descobre ser uma charada de incertezas. O Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC) encontrou uma margem de erro de 10% para medir as emissões da produção de cimento e fertilizantes, 60% nas indústrias petrolíferas, de gás e carvão, e 100% em alguns processos industriais. Muitos ambientalistas estão cada vez mais se opondo a compensação porque temem que as empresas optem por esquemas de troca barata e ineficientes ao invés de cortar suas próprias emissões de CO2."


OS DESAFIOS PRESENTES E FUTUROS

Analisando-se os fatos históricos e os cenários futuros, tanto para o uso de energias renováveis como para o desenvolvimento da suinocultura com conservação ambiental, pode-se visualizar os seguintes desafios:


Aceitar que o processo de tratamento por biodigestão anaeróbia para os dejetos é eficiente; que pesquisas podem ser realizadas para aumentar esta eficiência; que o maior desafio para seu uso não é tecnológico, mas cultural; que os biodigestores, por si só, não resolvem os problemas ambientais da suinocultura; que eles não são a única tecnologia disponível; que antes de propor a tecnologia, deve haver um estudo de viabilidade desta;


Realizar ações de capacitação em manejo de biodigestores, para técnicos e produtores, a fim de possibilitar a correta utilização destes. Estas devem ser responsabilidade de órgãos públicos, agroindústrias e associações de produtores. Devem ocorrer a longo prazo e paralelas a um programa de assistência técnica permanente;


Esclarecer toda a cadeia produtiva sobre as vantagens, desvantagens, limitações e projeções para o mercado de créditos de carbono no mundo. Este esclarecimento não pode ser dado somente pelas instituições de mercado, como as certificadoras, principalmente os governos devem atuar neste esclarecimento;


Entender que a venda de créditos de carbono é uma ferramenta que irá auxiliar no atingimento de algo bem mais complexo, a produção de suínos em equilíbrio com o ambiente;


Subsidiar as agências ambientais estaduais com todas as informações necessárias para que estas conheçam a tecnologia, com suas vantagens e desvantagens, a fim de auxiliar nos processos de licenciamento ambiental das propriedades;


Regulamentar o uso do biofertilizante como adubo através da exigência de planos de manejo de nutrientes nas propriedades;


Realizar estudos, detectar parceiros e implementar projetos que objetivem a produção de energia a partir dos dejetos de suínos e de outros animais, isto pode se dar pela construção de usinas nas regiões de concentração animal.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A CISTICERCOSE - BICHO DE PORCO NA CABEÇA - DESINFORMAÇÃO


A cisticercose 
Por Luciano Roppa, Médico Veterinário, presidente da Nutron, empresa de nutrição animal.


A idéia errada de que a cisticercose é transmitida ao homem pelo consumo de carnes contaminadas (de suíno ou bovino) não passa de uma grande desinformação. Para entender melhor o que é esta enfermidade é preciso conhecer um pouco sobre as diferenças entre teníase e cisticercose.

A teníase ou Solitária é a doença causada por um parasita chamado de Taenia solium, no caso dos suínos, e Taenia saginata, no caso dos bovinos. As tênias precisam de dois hospedeiros para completar seu ciclo evolutivo. Um é o homem - o único hospedeiro definitivo (que abriga o verme adulto) - e o outro - chamado de intermediário (que abriga a larva) - pode ser um porco, um boi, carneiro, etc.

Ao comer carne crua ou mal passada de animais com cisticercose, o homem passa a desenvolver a doença chamada teníase ou "solitária", que pode passar desapercebida pela semelhança de seus sintomas com outras enfermidades (vômitos, mal-estar gástrico e gases). Três meses após a ingestão, o cisticerco evolui para a fase adulta, passando a se chamar Taenia. Ela se aloja no intestino delgado do homem, e começa a soltar anéis de seu corpo, contendo milhares de ovos.

Os anéis podem sair com as fezes ou se romper dentro do intestino, liberando os ovos que podem continuar vivos por até 300 dias do meio ambiente. A tênia pode viver até oito anos ou mais no intestino do homem, contaminando seguidamente os locais onde caírem suas fezes (pastagens, hortas, rios e lagoas).

Já a cisticercose é uma doença causada no hospedeiro intermediário pelas larvas da tênia. Os suínos, bovinos e o próprio homem adquirem esta doença ao comer verduras, frutas, pastagens ou ingerir água contaminada com os ovos da tênia. Depois de ingeridos, os ovos vão para o estômago e o intestino delgado, transformando-se em larvas, que se fixam nas vilosidades intestinais. A seguir, perfuram a parede intestinal e caem nos vasos sanguíneos, invadindo todo o corpo. A grande maioria fixa-se nos músculos e no cérebro, onde causa a chamada neurocisticercose, a forma mais grave da doença.

Portanto, a cisticercose não é causada pelo suíno, mas sim pelo próprio homem, que contamina as águas e os vegetais e até mesmo a si próprio. Ao ingerir carne mal cozida de bovinos ou suínos que contêm o parasita, o homem apenas desenvolverá a chamada solitária. O suíno, ao contrário, é vítima do homem, pois desenvolverá a cisticercose se ingerir alimentos ou água contaminados com fezes humanas. O homem adquire a cisticercose ao comer frutas, verduras ou água contaminados com suas próprias fezes.

É bom frisar, no entanto, que na criação intensiva atual, o risco de contaminação dos suínos é praticamente nulo, pois os animais são criados confinados em pisos de cimento, sem qualquer acesso à terra e às pastagens.



Conclusões

A carne suína disponível atualmente para o consumidor não merece os conceitos errôneos de que é gordurosa e faz mal à saúde. Ao contrário, trata-se de um alimento nutritivo e saboroso, muito equilibrado em sua composição, e que pela sua riqueza em nutrientes deveria ocupar um maior espaço na mesa do consumidor.

Os tabus e preconceitos que inibem seu consumo devem ser esclarecidos e desfeitos, para não privar a nossa população de um alimento tão gostoso e saudável. A carne suína é um alimento que atende às exigências do consumidor moderno e enriquece as refeições de maneira nutritiva, saudável e saborosa.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

CRIAÇÃO COMERCIAL DA CARNE DO JAVALI


Notícias de Mercado
15/03/2011 | Assuntos econômicos,Cereais, Fibras e Oleaginosas

A invasão dos javalis

*Autor: Emanuel Alencar

Atividade hoje proibida, o abate do javali começa a ser defendido como solução para um problema que já tira o sono de ambientalistas do Rio.

Em alerta enviado à Secretaria estadual do Ambiente, o engenheiro agrônomo Rafael Salerno, coordenador de um grupo de trabalho sobre o tema em Minas Gerais, ressalta a necessidade de uma ação imediata para controlar a proliferação destes mamíferos em unidades de conservação fluminenses. E lembra que o javali (Sus scrofa), invasor de origem europeia, já atacou pessoas e causou danos a plantações. Além disso, pode ser hospedeiro de doenças, colocando em risco espécies nativas. O GLOBO apurou que já há registros de suídeos — animais resultados de cruzamentos, os “javaporcos” — no Noroeste Fluminense e na Região Serrana.

Rafael Salerno ressalta que a discussão está inserida em um terreno bastante polêmico, por se tratar de um animal bem quisto aos olhos da maioria — e de alto valor comercial —, ao contrário de outros invasores, como ratazanas e caramujos africanos.
— Não posso ser contra a garantia de sobrevivência dos pequenos produtores. Mas estamos diante de um sério problema, que poderá se agravar de nenhuma atitude for tomada. O javali é considerado uma das 100 piores espécies invasoras — afirma o estudioso, em referência à lista do Invasive Species Specialist Group (ISSG). — A taxa de reprodução destes mamíferos é muito alta. Estima-se que a população dobre a cada seis meses. Apenas para manter o número atual, seria necessário abater 70% da população anualmente. Além disso, com a população de onças cada vez mais reduzida, os javalis estão sem predadores.

APA de Friburgo tem mais de 600 javalis

A situação mais preocupante no estado é a da Área de Proteção Ambiental (APA) de Macaé de Cima, em Nova Friburgo. Um proprietário cria cerca de 600 javalis em uma fazenda dentro da unidade, o que é proibido por lei.

— Há um criadouro comercial que até hoje não apresentou a licença. O processo corre no Ibama e se arrasta há quase quatro anos. Em caso de fuga, podemos ter graves problemas — afirma o chefe da APA, Carlos Henrique Martins.

No Noroeste Fluminense, mais problemas. A secretária de Meio Ambiente de Porciúncula, Maria de Lourdes Alves de Souza, relata casos de destruição de cultivos.
— Os bichos estão acabando com as plantações. Os proprietários chegaram a fazer armadilhas, mas não conseguem controlar a proliferação. Para piorar, estão se misturando com porcos comuns, resultando em uma espécie bastante agressiva — diz ela.

Em 2005, o Ibama liberou, por instrução normativa, abate e captura dos javalis e porcos asselvajados no Rio Grande do Sul, estado com maior incidência da espécie no Brasil. Mas, ano passado, a decisão foi revogada. A argumentação: estudos mais aprofundados são necessários para se chegar a uma conclusão sobre a forma de controlar a praga.

— Não dá para entender esta postura do Ibama — critica Rafael Salerno. — Por que o órgão, sabendo que se trata de um animal exótico, invasor, proibiu o abate? javali não é uma espécie de caça no Brasil. É um animal nocivo e precisa ser abatido.

Andei procurando na internet o que dizem aqueles que apreciam esta carne, e encontrei elogios como, por exemplo, o de Andréa Pleti, nutricionista que comanda a cozinha do Petit Chatêau, referindo-se ao preparo da carne do javali, que diz: pode-se seguir um procedimento de preparo comum às carnes exóticas. “Indico uma marinada com alecrim, pimenta, alho, louro e vinho branco. Deixe a carne 24 horas nesta mistura. Após fazer isso, é só grelhar”, diz. Tanto em medalhões inteiros quanto em escalopes, que são pedaços pe­­quenos, a carne é delicada. “Tem de cuidar para que ela fique sempre macia, tocando-a sempre com o garfo, pois a cor engana (mesmo ao ponto, ela tende a se manter esbranquiçada)”, diz.


Já para Marcelo Morgado em uma matéria intitulada LEVE O EXÓTICO JAVALI PARA A SUA MESA, que disponibiliza várias receitas no site  Comércio do Jahu o sabor do javali possui espaço. Não é apenas nos cardápios sofisticados, que essa carne faz bonito. Na nossa casa também podemos fazer maravilhosas receitas com o javali, desde que obedeçamos às características de cada peça.

Do animal, podemos tirar o ossobuco, carré, costela e ainda o filé-mignon. E, ao contrário do que muita gente pensa, não são carnes duras ou insossas. Possuem grande maciez e são muito saborosas. Um exemplo disso é que a duração de seu cozimento é menor, se comparado a outros tipos de carnes. Em uma churrasqueira, por exemplo, enquanto uma costela de boi dura até quatro horas para ficar pronta, a de javali está pronta na metade desse tempo, aproximadamente.

Conversando com um dos meus filhos, escutei dele que havia comido uma linguiça feita com carne de javali, e que foi um dos melhores pratos que já havia degustado. Particularmente, não tenho nada contra a criação destes animais, porém, não defendo esta prática, por ser contra as nossas leis, por trazarem grandes prejuízos aos nossos agricultores, onde existam tais criações pela dificuldade de mantê-los em cativeiro, e principalmente, por saber que os porcos caipiras, quando alimentados adequadamente, e criados dentro de padrões de higiene, ao contrário dos suínos, nos forneçam carne com sabor exótico e tão saudável quanto estes.

 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

CONHEÇA AS PRINIPAIS RAÇAS DE SUÍNOS.


Raças estrangeiras

São raças altamente especializadas na produção de carne, bastante precoce, pouco prolífica (maior nº de leitões pardos), bastante econômica. Duroc (EUA), Hampshire (EUA), Landrace (Dinamarca),  Wessex, Large White, Pietrain (Bélgica).


DUROC


A raça Duroc Jersey‚ originária do Nordeste dos Estados Unidos, proveniente de porcas vermelhas de New Jersey (Jersey Reds) e de varrascos também vermelhos de New York (The Durocs), em 1875. Essas duas raças que lhe deram formação foram constituídas por suínos trazidos pelos navios negreiros (Guinea Breed), outros importados de Portugal e Espanha e também os "Red Berkshires", todos vermelhos. Muitos foram os criadores que contribuíram para a formação da raça, por isso não há nomes a destacar. É a raça mais numerosa nos Estados Unidos, sendo ainda popular em muitas repúblicas americanas, Canadá, Itália, etc. No Brasil já foi a raça estrangeira mais importante, porém hoje ela geralmente participa de cruzamentos com outras raças mais aperfeiçoadas para carne magra.
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HAMPSHIRE


Esta raça, antigamente chamada "Thin Rind" (até 1904), diverge hoje bastante de sua fonte original. Formou-se no Kentucky e no Sul de Indiana, derivada de porcos ingleses do Hampshire, introduzidos em 1825.
O iniciador da raça foi o Major Joel Garnett, tornando-se conhecida a partir de 1893, quando se estabeleceu seu registro. Seu melhoramento e expansão são bem mais recentes. Atualmente, existem, na Inglaterra, outras raças muito semelhantes pela pelagem e alguns outros atributos: a "Wessex Saddleback" e a "Essex", além da "Sussex" um pouco menos conhecida. Porcos dessas raças, introduzidos no Brasil, eram freqüentemente chamados "Hampshires ingleses". Nos Estados Unidos é uma das raças mais populares, criada principalmente para produção de carne fresca. É uma raça que se caracteriza pela qualidade de carcaça, rusticidade e pela preferência dos criadores em usá-la nos cruzamentos. Participou com 0,18% no registro genealógico. É uma raça que tem tido um desempenho negativo no registro genealógico nos últimos 5 anos.
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LANDRACE DINAMARQUÊS

O porco Landrace vem sendo aperfeiçoado pelos Dinamarqueses há  mais de um século, visando, além de conformação ideal para a produção de carne magra, excelentes qualidades criatórias. Este objetivo foi conseguido por meio de uma persistente e racional seleção, baseada em prova da descendência. Hoje, os melhores exemplares representam o que se pode chamar de "tipo clássico" do produtor de carne magra.
Como nenhum país tivesse conseguido resultados semelhantes, com suas raças, passaram a introduzi-lo, quer para a formação de novas raças (Canadá, Estados Unidos), quer para melhorar as raças locais para carne magra, (Holanda, Alemanha, Inglaterra, Suécia, Finlândia, França, etc.). Esse trabalho constituiu um verdadeiro processo de absorção de outras raças, pelo cruzamento contínuo, para a formação do "puro-por-cruza". Assim se formaram as variedades hoje conhecidas como Landrace holandês, L. alemão, L. sueco, L. inglês, selecionadas sob o padrão Landrace.
O próprio Pig Book Brasileiro, por sugestão de L.C. Pinheiro Machado, passou a admitir a fusão de todas as Landrace, sob o mesmo titulo geral, desaparecendo o Landsweine (landrace alemã antiga), que não mais representa o tipo atual.
A maioria dos Landrace introduzidos no Brasil‚ de Holandeses, Suíços, e em menor escala, Alemão e Inglês. A Dinamarca não exporta seus reprodutores. O Landrace ocupa hoje o 39º lugar em número de reprodutores neste país, vindo logo depois do Duroc e Wessex. Os melhores cruzamentos para carne foram obtidos com o uso do cachaço Landrace sobre porcas Duroc, Wessex e mestiças dessas duas raças.
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WESSEX


Originária da Inglaterra, tem pelagem preta com faixas brancas nas cruzes e membros anteriores. Foi uma raça preferida pelas granjas que utilizavam o sistema de produção extensivo ou criação ao ar livre. Como este sistema tem sido pouco utilizado no Brasil, os registros vem diminuindo. Apresenta como principais características, a prolificidade, rusticidade e habilidade materna.
Em 1998 não emitiu nenhum registro genealógico e a tendência é de que seja extinta ou substituída por outra raça mais moderna.
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LARGE WHITE


Origem: Inglaterra, onde também é conhecida como Yorkshire, por ser originária do condado de York e de alguns condados vizinhos. Das raças inglesas foi a que mais se difundiu pelo mundo. No registro genealógico, participou com 22,55% em 1998, passando a ocupar o primeiro lugar na composição do rebanho das granjas produtoras de animais puros de origem. Das raças puras criadas, foi última a ser introduzida no país, no início da década de 1970 e, pelo desempenho apresentado, vem aumentando anualmente a sua participação.
É uma das três variedades do porco branco do Yorkshire. Altamente melhorada e de grande peso, podendo alcançar até 500 Kg quando adultos. O Large White é um animal de ótima constituição e rápido desenvolvimento. A grande fecundidade é uma característica marcante da raça, tida mesmo como uma das mais prolíficas do mundo. O cruzamento de Large White com porcas nacionais, produz mestiços de alta qualidade em tipo e precocidade, muito apreciados pela qualidade da carne.
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PIETRAIN



Suínos Pietrain têm sua origem na Bélgica. A raça é conhecida por sua excepcional qualidade genética de produzir carne. As primeiras importações significativas de Pietrain para o Brasil ocorreram na década de 1970. Na época não se considerou o fato dos animais serem portadores de gene Halotano, que, além de estar associado à grande musculosidade da carcaça, está associado à elevação súbita de temperatura corporal, à rigidez muscular, a distúrbios circulatórios e à susceptibilidade ao estresse, podendo ocorrer a morte dos animais quando submetidos a condições desconfortáveis. Em conseqüência disso, houve perda total do genótipo.
A importância econômica crescente do rendimento de carne na carcaça dos suínos no Brasil na década de 1990 tornou necessária a re-introdução da raça Pietrain. Ocorreram então novas importações de sêmen de machos e de fêmeas. Por razões de ordem sanitária a introdução no Brasil de linhas completas de Pietrain de alguns países europeus tornou-se inviável, tendo a maior parte dos genótipos sido importada da Alemanha e da Inglaterra.
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Raças nacionais

Piau, Canastra, Canastrão, Caruncho, Nilo, Macau, Piratininga, Pereira, Tatuí, Junqueira, Pinhal, Pedreira. Obs: São animais para produção de banha, toucinho, rústicos, pouco precoce (tardios), pouco prolificos, podendo atingir 60Kg de peso vivo aos 6 meses, pouco exigente no trato.


MOURA



É uma  raça nativa, há muito  tempo criada no Brasil,  no  entanto, somente  em 26  de abril de 1990, foi aprovada pelo MA e registrada no livro do PBB, como cadastro inicial. De 1990 a 1995, foram registrados na ABCS, 1.668 suínos, no estado do Paraná. É uma raça que está disseminada principalmente nos estados do sul do país. Suas principais características são, a prolificidade, comprimento e rusticidade. Nos últimos 4 anos não houve registro genealógico da raça.

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PIAU


De origem brasileira (GO, MG e SP), tem a pelagem oveira (Branca-creme, com manchas pretas). Foi a primeira raça nativa a ser registrada no livro do PBB, em 1989, em caráter de cadastro inicial, de acordo com a aprovação do MA, em 28 de setembro de 1986. De 1989 a 1995, já foram registrados na ABCS, 1.250 suínos nos estados do RS, SC e PR. É uma raça que se caracteriza pela sua rusticidade. Nos 4 últimos anos não houve registro genealógico da raça.
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quarta-feira, 18 de maio de 2011

EM DEFESA DA CARNE SUÍNA


A carne suína está com tudo!  Nos primeiros meses de 2011, a proteína suína vem ganhando importante destaque em setores fundamentais da sociedade, como economia, política e mídia. O ano começou com um prestigiado comentário de um dos mais consagrados jornalistas da Rede Globo de Televisão, Alexandre Garcia. Na ocasião, ele analisou a evolução da suinocultura ao longo dos anos e encerrou afirmando: “O que se tem hoje é porco-carne.” Agora, quem discute a abertura de mercado para importações por parte do governo Chinês é a presidenta, como gosta de ser chamada, Dilma Rousseff.
 
Em meio a todo esse contexto, fomos brindados por mais um comentário espontâneo e favorável ao consumo da carne suína brasileira. A reportagem a seguir foi publicada pela “Redação Saúde Plena” no site do jornal Correio Braziliense (
www.correioweb.com.br).

A carne suína sofre uma série de preconceitos, por ter sido rotulada como extremamente gordurosa e perigosa à saúde em outros tempos. Mas o que poucos sabem, é que de alguns anos para cá, o suíno perdeu taxas significativas de gordura, calorias e colesterol e sua carne tornou-se saudável e muito saborosa, graças aos esforços da indústria deste segmento. Além disso, estudos recentes revelaram que atualmente a carne suína tem menos colesterol do que a carne de boi e de frango.Isso se tornou possível a partir do desenvolvimento da ciência. A biotecnologia conseguiu produzir animais com menos gordura. A carne suína se tornou mais branca e sem odor.

Desta forma, a carne suína disponível atualmente não merece os conceitos errôneos de que é gordurosa e faz mal ao ser humano. Ao contrário, trata-se de um alimento nutritivo e saboroso, muito equilibrado em sua composição e, que pela sua abundância em vitaminas e minerais, deveria ocupar um maior espaço na mesa do consumidor brasileiro.
Também existe um mito de que a carne de porco transmitiria a cisticercose. Porém, a doença pode ser provocada por qualquer tipo de carne (suína ou bovina) ou verduras e frutas mal lavadas. Atualmente, com as técnicas utilizadas na suinocultura, é praticamente impossível a contaminação. Os animais criados soltos têm maior probabilidade de transmitir o problema. A contaminação por carne bovina ainda é relativamente mais alta, pois os animais necessitam de pastagens.

Ainda é preciso observar que, ao contrário do que muitos pensam, o fato de a carne de porco ser mais saudável que a carne de frango atualmente não se justifica por conta do excesso de hormônio na criação das aves. A carne de porco hoje em dia é mais saudável, mas por causa de um processo de melhora na criação desses animais. Em relação aos hormônios da carne de frango, o rápido ganho de peso é devido ao somatório dos resultados de pesquisas em seleção genética e balanceamento das dietas, aliado a condições mais adequadas para criação.

A carne suína produzida atualmente, além de ter menores concentrações de gordura, calorias e colesterol, também possui mais gorduras "desejáveis", chamadas de insaturadas (65%), do que gorduras "indesejáveis", conhecidas como saturadas (35%), o que é muito apreciado por nutricionistas. O alimento também é rico em ácido linoleico, que neutraliza de forma eficaz os efeitos negativos do ácido palmítico, que é uma gordura saturada.